24/01/2011 -
Você que acompanha o Portal RAP NACIONAL já deve ter visto algumas fotos de artistas do nosso RAP usando a marca de roupas D.R.R. ou até mesmo comprado uma camiseta em nossa Loja Virtual. Mas será que você sabe quem está por tras da grife e como funciona a produção artesanal de cada peça?
Pra quem pensa que os produtos da D.R.R. são feitos em grande escala e administrado por um mega empresário, se enganou!
A marca D.R.R. é uma marca legitima da periferia, feita por quem faz parte do movimento Hip-Hop há mais de 20 anos e sabe o que fica legal e ESTILOSO nos manos e minas do Hip-Hop.
Todas as peças tem um cuidado especial e estampas diferenciadas, a grande maioria das camisetas à venda na Loja Rap Nacional são peças únicas e exclusivas, ou seja hoje estão à venda, mas provavelmente amanhã não teremos outra igual, ou seja, dificilmente você vai ver alguem próximo usando uma camiseta identica.
O Portal Rap Nacional foi até o fundão da Zona Leste de São Paulo, atrás do responsável pela grife, pois precisavamos levar essas camisetas chapadas ao nosso público Brasil a fora. Na terceira divisão, que fica próximo a São Matheus, subimos um morro no qual nos levou até o local onde são produzidas as roupas da grife D.R.R., estamos na casa do rapper Grand-e, o microempresário Alessandro Almeida Souza.
Grand-E, é um dos fundadores da Posse D.R.R., integrante do grupo Alvos da Lei e Designer Gráfico responsável pelas estampas das roupas D.R.R..
É em uma especie de garagem, uma sala reservada na residência dele onde ele faz a produção dos desenhos, estamparia e acabamentos finais nas peças. As paredes são todas grafitadas, e muito bem grafitadas, com o logotipo da DRR Posse, um retrato de Grand entre outras artes que fazem parte de estampas das camisetas estão marcadas nos graffites deste espaço D.R.R.
Grand mostra com orgulho que tem D.R.R Posse tatooado em seu braço e também alguns quadros e fotos, inclusive de rappers conceituados no Brasil usando sua marca, entre eles um dos grandes apoiadores da marca, o Mano Brown, que já tem diversas peças de roupas da grife dos Defensores do Ritmo de Rua. Trocamos uma idéia com Grand-E, e trazemos a você juntamente com o lançamento de novos produtos em nossa Loja Virtual, confira e prestegie.
P.R.N.: Há quanto tempo você está envolvido com o RAP?
Grand-E: Estou no rap desde os meus 13 anos, hoje tenho 34, então faz as contas… (risos). Como tantos outros comecei como b.boy na São Bento, em uma crew chamada Bariones do Parque São Lucas.
Quando me mudei pra 3°divisão comecei as primeiras rimas, que foi no largo São Mateus, onde conheci o Preto Aplick, Abelinha e Perera, da família D.R.R. Foi quando comecei minha trajetória e em meados de 92 fundamos a posse D.R.R.
P.R.N.: Nos conte um pouco sobre a Posse DRR, o que significa e quem faz parte?
Grand-E: Posse D.R.R. foi a primeira escola de muitos rappers brasileiros que se mantém até hoje e significa: Defensores do Ritmo Rua. Escolhemos esse nome porque defendemos nossas ruas e essa é nossa ideia. Era nossa maneira de nos encontrarmos para debater os problemas do bairro e tentar achar alguma solução e fazermos musicas. Com o passar do tempo mudou, como tudo muda. Nós mudamos. No início eramos 50 pessoas e com o passar do tempo foi dificil estabelecer quem é pois ate vocês que curtem rap nacional são posse, então todos são D.R.R. não somos um, somos varios de todas as areas e continentes .
P.R.N.: As roupas, são fabricadas por você mesmo, nos conte como funciona?
Grand-E: Sim. Desde o início as artes eram feitas por mim, fiz muitos bonés “São Mateus”, na mão e estampei muitas camisetas no pincel. Hoje esta um pouco melhor, me aperfeicoei nas estamparias e nos desenhos .Faço quase tudo: estampa, desenho, vendas e cuido da posse pois é o meu modo de vida real .
P.R.N.: Além da cultura hiphop você é adepto a cultura chicana, o que isso significa ?
Grand-E: Respeito muito todas as culturas mas me identifiquei com a cultura latina pois está proxima da minha realidade .
P.R.N.: O que é moda pra você e o que é estilo?
Grand-E: Moda são as tendências que o capitalismo faz para as vendas no mercado, ditando qual a tendência do momento. Estilo é um modo de vida que algumas pessoas trazem para si, cada um tem o seu, muitos diferentes, muitos loucos, uns eu gosto outros são normal.
P.R.N.: Você já trabalhou em algumas grifes e marcas de roupas do Hip-Hop, o que você fazia nessas marcas?
Grand-E: Trabalhei em várias que dizem serem do hip hop mas não vivem o hip hop, então precisavam de alguém do meio. Fiz muito por essas marcas, mas como nunca tive reconhecimento e elas ganhan milhões com o rap e não ajudam o rap… Sou designer gráfico, fazia parte do desenho até ficar vendo cores de tintas para a camisa, fazia de tudo mas como já disse as marcas não ajudam o rap, não é meia dúzia de peças de roupas de graça que vai ajudar o rap a se firmar no Brasil por isso peço a população do rap nacional ajudem, comprem de quem é verdadeiro, não esses aí que exploram o rap nacional e deixam muitos sonhos e tradições pra tras. O rap presisa de ajuda, essa é a hora, eu durmo e acordo pensando nisso. Minha vida hoje é essa, de uma forma ou outra estou no rap.
P.R.N.: De onde vem as inspirações para suas roupas?
Grand-E: Me inspiro muito nas ruas e no cotidiano da periferia, nas cores dos blocos nas ruas, nos morros, nos guetos e favelas espalhadas pelas cidades
P.R.N.: O que você acha que falta para o Rap no Brasil?
Grand-E: 
Falta mais organização e valorização de um para o outro. E não é só esperar que Racionais leve tudo no peito, o rap é muito grande e a responsa é de todos, vamos abrir as portas para nos mesmos. O que falta é isso: coragem.
P.R.N.: Você também é rapper, você ainda faz parte do Alvos da Lei ou está em carreira solo?
Grand-E: Eu nunca sai do Alvos da Lei quem disse isso??? Careira solo todos tem… Deixo aqui claro nunca abandonei o rap eu sou o rap, respeito a todos, todas as areas: leste, sul, norte, oeste. Minha vida foi em prol do rap e minha faculdade foi o rap. Mas as vezes as coisas não são como agente pensa, mas vou batalhar para que isso aconteça .
P.R.N.: Quais são seus projetos futuros?
Grand-E: Hoje em dia a minha ambição é construir um centro comunitário com telecurso 1° e 2° grau , com cursos de serigrafia, curso de computação para ajudar o jovem na inclusão social com a intenção de mudar a nossa história. O centro comunitá irá receber o nome D.R.R. Posse
P.R.N.: Deixe sua mensagem final, seu salve e contato
Grand-E: Espero que meus 21 anos no rap não sejam em vão, cada um faça sua parte e o rap pede socorro. Salveeeeeee
Contato para shows de grupos D.R.R: (011) 2734-5017 ou (011) 9807-1039
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